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Seca e queimadas no país já afetam comércio da Boa Vista

  • Foto do escritor: Isadora Alves & Milena Freire
    Isadora Alves & Milena Freire
  • 26 de set. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 18 de nov. de 2024

Feirantes e donos de restaurantes no bairro sentem os efeitos da variação de preços causada pelas mudanças climáticas



As condições climáticas adversas enfrentadas pelos produtores brasileiros, intensificadas nos últimos meses, representam um desafio significativo para o País. De acordo com os dados do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil concentra atualmente 59,6% dos focos de incêndio na América do Sul. Efeitos diretos desse desequilíbrio já estão sendo sentidos em restaurantes espalhados pelo bairro da Boa Vista e, assim como proprietários, especialistas da área de economia também estão de olho nessas mudanças.



"As variações climáticas, com períodos de seca intensa e calor, podem afetar gravemente a produção", relata o economista Sandro Prado. Segundo o especialista, essa pressão sobre os preços atinge especialmente os produtos da agricultura familiar, que são essenciais para a mesa do brasileiro. "Se as condições climáticas não melhorarem, podemos ver um aumento considerável nos custos, impactando inicialmente os preços no atacado e, em seguida, chegando ao consumidor final", completa.

Embora o clima seco possa favorecer a colheita em alguns casos, ele prejudica o crescimento dos alimentos em outros. Shyrlene Souza, feirante há 45 anos e atuante no bairro da Boa Vista, enfatiza a dificuldade que pequenos comerciantes enfrentam: "Aqui em Pernambuco o período de chuva foi muito fraco, porém o que vem ocorrendo nas lavouras de outros Estados, nos atinge diretamente, porque eles não repassam os alimentos que precisamos para trabalhar”. Ela desabafa, ainda, sobre o baixo rendimento das vendas. “Se for uma semana boa, a gente apura R$ 2 mil por dia. Ontem, a gente apurou R$ 370”, lamenta.


Esse contexto repercute em outros negócios, à exemplo do restaurante vegano Vegostices, que também foi afetado. Nathalia Salusi, dona do empreendimento, adquire suas mercadorias através dos comerciantes locais como Shyrlene Souza e monta seu cardápio com base na disponibilidade dos produtos ali ofertados. Se faltam frutas e legumes na feira, seu menu será comprometido. Apesar dos relatos, Sandro Prado aponta a possibilidade para uma elevação ainda maior da precificação dos alimentos a partir de janeiro de 2025.

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