Sebos ganham espaço com encarecimento dos livros
- BIANCA AMORIM
- 12 de abr.
- 2 min de leitura
De acordo com pesquisa, preço médio do livro no País chegou a R$ 54,49 em 2024

Com o aumento de quase 30% no preço médio dos livros no Brasil desde 2021 e o fechamento de grandes redes como Cultura e Saraiva, os sebos de Recife têm atraído cada vez mais leitores em busca de alternativas acessíveis. Além de valores baixos, esses espaços oferecem títulos raros, edições antigas e um ambiente que resiste à crise no mercado editorial.
Segundo o Painel do Varejo de Livros no Brasil, o preço médio do livro chegou a R$ 54,49 em fevereiro de 2024, com alta de 12,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Desde o início do ano, o aumento acumulado já passa de 15%. Como consequência, 35% dos brasileiros que não compraram livros nos últimos 12 meses afirmam que o principal motivo foi o preço elevado.
O comportamento de consumo também mudou para jovens como Maria Luíza Souza, estudante universitária. “Hoje em dia preciso comprar menos livros do que gostaria. Se tenho interesse em mais de um, geralmente preciso escolher qual levar”, relata.
Já Júlia Giovana Nunes diz que aproveita promoções e que, embora não frequente sebos regularmente, já comprou livros usados e pretende repetir a experiência. “É interessante folhear livros que outra pessoa já leu”, afirma.

Para Manoel Ernesto, gerente do Sebo Pereira, localizado no bairro da Bia Vista, no Recife, os sebos ainda enfrentam o desafio da concorrência com o comércio online. “A gente é constantemente comparado com o ramo online. Mesmo que goste de sebo, a pessoa confere o preço na internet”, diz. Por esse motivo, além da loja física, o Sebo Pereira também vende pela Amazon e pela Estante Virtual.
A queda no número de livrarias e a alta nos preços refletem uma crise no mercado editorial brasileiro. Em meio a esse cenário, os sebos resistem, reinventando-se e mantendo viva a circulação de livros — usados ou novos — entre os leitores da cidade.
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