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Padaria Imperatriz enfrenta fragilidade econômica no centro do Recife

  • Foto do escritor: Nilton de Souza
    Nilton de Souza
  • 1 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

Estabelecimento persiste em meio ao fechamento de lojas naquela que já foi uma das vias mais importantes do comercio da capital


O Estabelecimento recebeu recentemente o título de CNPJ mais antigo da rua. Foto: Nilton de Souza/ Entrepontes

A Padaria Imperatriz nunca precisou de muito para chamar a atenção. Com sua arquitetura hoje considerada vintage e receitas próprias, ela sempre atraiu os recifenses. Porém, nos últimos anos, o estabelecimento vem lidando diariamente com a fragilidade econômica que está atingindo o centro do Recife. Na rua onde se localiza – e que dá nome ao empreendimento –, mais de 35 lojas foram fechadas, segundo dados da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife.


A Rua Imperatriz Tereza Cristina, conhecida apenas por Imperatriz, faz parte do bairro da Boa Vista, um dos que mais registrou vulnerabilidades no comércio local. Segundo dados da pesquisa “Perspectivas e Oportunidades Econômicas”, feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), 11 mil comerciantes ficaram desempregados entre 2017 e 2021 apenas nesse bairro. A situação é semelhante na panificadora: durante a pandemia, o estabelecimento demitiu funcionários, priorizando a permanência apenas daqueles mais antigos.


Um dos produtos que mais marcam a memória dos clientes é a pizza da padaria. Foto: Nilton de Souza/ Entrepontes

Luiz Paulo é gerente da padaria há quase 3 anos e apontou a abertura do Shopping Boa Vista, o fechamento da antiga sede do Passe Fácil, que ficava na praça Marciel Pinheiro próximo a imperatriz, e a insegurança como os principais fatores que potencializaram o esvaziamento da rua. “Numa época boa da padaria, chegamos a vender 600 pizzas por dia, hoje eu luto para conseguir vender 60”, desabafou. 


O gerente também comentou que a maioria dos consumidores que ainda vão à padaria são aqueles já familiarizados com o local, como é o caso de Tatiane Timótheo, 41, frequentadora do estabelecimento desde pequena, por conta de sua avó. Para ela, continuar visitando o espaço é reconfortante, porém, enfatizou que a falta de segurança no centro da cidade a preocupa. “Nessa rua, eu sinto mais medo no começo da via, perto da Igreja, por causa do aglomerado de moradores de rua usando drogas na calçada”.


A Rua da Imperatriz é emblemática, já foi um centro comercial, mas hoje se encontra em sua maioria vazia. Foto: Nilton de Souza/ Entrepontes

A CDL vem articulando, em conjunto a Prefeitura do Recife (PCR), o projeto “Recentro”, que visa revitalizar áreas centrais da cidade. Paulo Monteiro, diretor institucional da CDL, ressalta a importância da iniciativa, pois, por meio dela, estão sendo disponibilizados incentivos tributários que procuram atrair novos empreendedores, o que, na prática, pode auxiliar o comércio do centro do Recife.

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