top of page

Mudança de circulação de veículos no centro impacta ciclistas

  • Foto do escritor: Ana Célia Silva
    Ana Célia Silva
  • 13 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

Organização de ciclismo repercute dificuldades com ciclofaixas e projeto de conexão entre bairros do Recife




No último mês de outubro, a Prefeitura do Recife (PCR) lançou um projeto para reorganizar a circulação nos principais pontos do centro da cidade. A primeira mudança ocorrerá na Avenida Dantas Barreto, com o objetivo de conectar os quatro bairros da região central do Recife. O projeto inclui novas ciclofaixas e melhorias em travessias para reforçar a segurança de pedestres e ciclistas. Entretanto, organizações de ciclismo têm repercutido os desafios e problemas de segurança nas ciclofaixas da cidade, como a Ameciclo, na Rua da Aurora, que busca promover o uso seguro e sustentável da bicicleta.


Gustavo Barros, coordenador da entidade, comenta o novo projeto: “Para nós, foi muito estranho ver a apresentação do plano de circulação. Não era uma demanda relevante. Ele ignora questões como o alto fluxo de pedestres na Avenida Dantas Barreto, uma via de comércio popular. Não há investimentos em calçadas e as ciclofaixas planejadas são insuficientes, desrespeitando as diretrizes do Plano de Mobilidade Urbana, tanto municipal quanto nacional. A Prefeitura e a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) priorizam o automóvel, enquanto deixam de lado o transporte ativo e coletivo”, afirma.


Em 2014, o Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife (RMR) visava a ampliação das ciclovias nas vias mais perigosas e conectadas da região, mas seu prazo de atuação (previsto para dez anos) foi encerrado. Agora, com o novo plano da PCR, os ciclistas refletem sobre as mudanças para o futuro.


João Vítor Veiga, estudante de arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e associado da Ameciclo, critica o projeto: “Sabemos que o plano foi feito ‘na canetada’ pelos órgãos da CCTU e da Prefeitura, sem atenção real à segurança dos ciclistas e ao bem-estar dos moradores. A prioridade é sempre o fluxo de carros. Sabemos que a fiscalização negligencia o ciclista e reforça que o motorista é prioridade.”


A alteração no tráfego incluirá mão única na Avenida Sul, com ciclofaixa bidimensional e acesso a vários trechos da cidade. João comenta sua visão sobre a mudança: “Parece uma maneira de aumentar faixas para carros, colocando os ciclistas no canto sob o pretexto de segurança, mas sabemos que o objetivo é liberar mais espaço para os automóveis. Muitas vezes, a realocação de ciclovias ocorre apenas para evitar que os motoristas sejam incomodados pelos ciclistas”, completa.

Comments


bottom of page