Fã de Rayssa Leal, pernambucana sonha em ser skatista
- Cecília Belo & Luiz Lima
- 8 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Cercada de apoio familiar e de incentivo, Ellen tem apenas 9 anos e se inspira na “Fadinha” para seguir no esporte

Ellen Lins, estudante do 2º ano do ensino fundamental, começou a andar de skate em 2023. Inspirada por uma amiga e pela skatista olímpica Rayssa Leal, tem como principal sonho se tornar uma profissional no esporte. Moradora do Cabo de Santo Agostinho, Ellen está sempre no Recife para treinar com o professor Ricardo Andrade (conhecido como "Tapioca"), 31, na pista de skate da Rua da Aurora, localizada no centro da cidade.

Marilza Martins, avó de Ellen, sempre a incentivou a praticar o esporte e comprou os primeiros equipamentos. “Quando ela viu as outras crianças praticando skate, falou: ‘Eu quero, vovó!’. Ela é uma menina dedicada, quando não tem [prática de skate], ela chora!”.
Ricardo Tapioca é atleta profissional na modalidade olímpica “bowl park” e instrutor de skate de Ellen e de outras crianças. Ele também conheceu o skate muito jovem, aos 18 anos. “Eu tive acesso a uma vida diferente da que eu sempre estava acostumado na favela. Quando eu conheci o skate eu comecei a ir para campeonatos e viajar o País”.
Contudo, para Ricardo, falta incentivo do governo aos atletas pernambucanos. A pista de skate da Rua da Aurora foi entregue em tempo da participação de Pernambuco no circuito brasileiro do Skate Total Urbe (STU), em 2022. A estrutura é na modalidade street, ocupando uma área de 735 m2, projetada para sediar competições profissionais do esporte. Desde então, não foi realizada nenhuma revitalização ou reforma e a pista está abandonada, com buracos que já causaram acidentes e lesões aos atletas e as barras de metal desgastadas.
Tapioca diz que observa várias crianças sofrerem acidentes no local. “Devia ter uma placa que dissesse que é proibida a entrada de menor sem equipamento.” Ele também conta que todo final de semana a pista fica cheia, e alguns pais deixam as crianças desacompanhadas dentro da pista. Tanto a avó quanto o pai de Ellen comparam a estrutura das pistas do Recife com Natal (RN), que consideram mais seguras. “Não temos circuito estadual infantil ou um projeto de apoio para os jovens skatistas”, lamentam.
Comments