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Exposição Spalt Me, de Júlia Notari, segue em cartaz no Mamam

  • Foto do escritor: Cecília Belo
    Cecília Belo
  • 31 de out. de 2024
  • 2 min de leitura

Em retrospectiva, a artista propõe reflexão visceral sobre traumas sociais e experiências femininas


Obra 'Parlamento Europeu', da exposição Spalt Me. Foto: Cecília Belo/Entrepontes

A exposição Julia Notari: Spalt Me, em cartaz no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), revisita quase 25 anos da carreira da artista recifense, reconhecida nacional e internacionalmente por transitar por diversas linguagens artísticas. Com uma abordagem que mescla magia e dor, a mostra explora como a vida e suas feridas nos moldam.


Dividida em três núcleos temáticos, a exposição inclui objetos, vídeos, desenhos e fotografias que exploram dualidades entre corpo, vida e morte. Esta é a primeira mostra individual de Notari no Recife em oito anos e também a mais abrangente sobre sua trajetória.


O título Spalt Me remonta a uma exposição fotográfica de 2009, na qual uma fenda vermelha, provocativa como uma ferida exposta, surge em edifícios e construções marcadas por traumas sociais. Notari posiciona a fenda em lugares carregados de significados históricos, como a antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde seu pai foi torturado durante a ditadura militar. Doze dessas imagens estão disponíveis em formato de cartão-postal para que os visitantes possam levar consigo.


Estudante de arquitetura, Eduarda Kalyalka visita exposição Spalt Me. Foto: Cecília Belo/Entrepontes

Para Eduarda Kalyalka, estudante de arquitetura e urbanismo, a exposição traz uma reflexão sobre a essência da perda gradual. “Se você prestar atenção, há sempre um número alto, menos um. E ele vai diminuindo... até que não há mais nada para tirar, e tudo colapsa. Estamos sempre retirando algo, até não sobrar nada.” Stefanny Marina, também estudante de arquitetura, destaca sua surpresa ao se deparar com a representação crua de um exame Papanicolau, uma experiência feminina honesta e visceral.


Com curadoria de Clarissa Diniz, também pernambucana, a exposição inclui novas criações, como Parlamento Europeu(2022-2024), inspirada em um discurso de Notari na sede do poder legislativo da União Europeia, no qual ela usou uma calça manchada de tinta vermelha, simbolizando sangue.


Serviço:
Visitação de quarta a sexta, das 10h às 17h, com entrada gratuita das 15h às 18h. Aos sábados e domingos, das 10h às 16h. O Mamam fica na Rua da Aurora, 265, Boa Vista, Recife. Para mais informações, acesse o Instagram @mamamrecife.

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